domingo, 12 de fevereiro de 2017

Resenha > Todo Dia

              

Autor: David Levithan
Editora: Galera Record
Páginas: 280
Ano: 2013

Como seria acordar cada dia em um corpo diferente? Como seria pegar a história e o dia-a-dia de alguém emprestado por um dia? Difícil imaginar não é mesmo?! Mas David Levithan imaginou e criou esse livro maravilindo!

Em Todo Dia, iremos acompanhar a história de A que é um(a) adolescente que todo dia habita um corpo diferente, sendo menino ou menina desde que o hospedeiro tenha a mesma idade de A, portanto, sua vida se resume em viver a vida dos outros. Porém, apesar das mudanças diárias, A apresenta personalidade própria e pensamentos únicos carregados de conhecimento e que se mesclam ao de seu hospedeiro.

O(a) protagonista da história sempre viveu dessa forma e, apesar de não compreender o porquê disso, cansou de procurar respostas e de tentar ficar em um corpo por mais de um dia, logo, aceita sua condição e até cria regras como: nunca criar laços e não interferir na vida de seu hospedeiro.

"A esperança nos trouxe até aqui. Não as respostas."

Contudo, as coisas começam a mudar quando A acorda no corpo de um garoto mal-humorado que não se importa com ninguém chamado Justin e conhece sua namorada chamada Rhiannon que acaba lhe despertando um encantamento.

Quebrando sua própria regra de nunca interferir na vida de seu hospedeiro, A proporciona a Rhiannon um dia incrível que o verdadeiro Justin nunca proporcionaria, afinal, ele costuma tratar a namorada muito mal.

"Tem tantas coisas que podem manter você num relacionamento... Medo de ficar sozinho. Medo de bagunçar a ordem da sua vida. A decisão de se acomodar com algo que é razoável porque não sabe se pode arrumar coisa melhor. Ou, talvez, a crença irracional de que vai ficar melhor, mesmo que você saiba que ele não vai mudar."

Nos dias que se seguem, vamos acompanhando diversas histórias que vão trazendo à tona temas como cultura, religião, pensamentos, preconceitos, sexualidade, insegurança, depressão, rótulos, entre outros enquanto A vai buscando maneiras de encontrar Rhiannon. O autor consegue conciliar a vida do hospedeiro com os anseios de A majestosamente e nos trás muitas reflexões.

E com tudo isso, será que Rhiannon seria capaz de aceita-lo(la)? Amá-lo(la) como é? Interferir na vida de seus hospedeiros para encontrar seu amor é correto?

Essas questões são o ponto X para um enredo instigante e incrível.

"...Só porque você terminou com alguém, não quer dizer que esteja livre da pessoa... Vai levar anos até eu me livrar dele."

Rhiannon por vezes me irritou, por vezes me encantou e confesso que gostaria de entender o que o(a) A é afinal mas mesmo assim fiquei apaixonada pelo livro por mostrar a imperfeição do ser humano, por ser um livro com uma premissa inovadora e diferente dos demais que deixa claro que o amor vai além das aparências e dos rótulos impostos; ele deve apenas ser sentido.

Tentar descrever Todo Dia é bem complicado. Só lendo mesmo para compreender então fica ai uma dica para aqueles que ainda não se deliciaram com essa leitura.


É isso ai geeks... Ótimas leituras e até a próxima.



*P.S.: Ao longo do texto não defino se é o A ou a A porque no livro isso também não é definido o gênero dele/dela.

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